sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Ela está ao meu lado





Manhã cinzenta. Um silêncio ensurdecedor, sem zumbidinho no ouvido, daqueles que te fazem pensar se é a loucura se aproximando, ou se é apenas um contato com extraterrestres. Ela levanta e anda pela casa, descalça, o piso frio e a pele quente tornam o contato desagradável. Olha pela janela e a rua está deserta, sem carros, sem gente grandes e pequenas, sem animais, sem som algum. O ar parece que também não está lá, e no entanto é quase palpável, morno. 
Lentamente ela se veste e sai em direção à rua deserta, não se sente só. Caminha devagar, até chegar à uma alameda que parece estar sem vida, não há pássaros, não há vento, nas árvores nem uma folha balança, não há flores também, nem cheiros. No entanto ela sente a vida pulsando à sua volta, e ela é a fonte de toda aquela vida. Ela não está só, ela sabe, e a solidão acompanhada é reconfortante. 
Olha pra trás e não há mais nada, sem nada que separe o agora do antes. A distancia que existia já não existe, e pra frente está muito próximo. E ela segue em frente sem olhar pra trás, mas nunca só, do seu lado segue a paz.

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